sábado, fevereiro 17, 2007

A VERDADEIRA MINORIA
Um texto muito interessante publicado pelo RODRIGO versando os sentidos da História - nos sentidos, também a falta de sentido - alude à minoria capaz de encaminhar os destinos colectivos, à força da liberdade total e de uma consciência superior. Não me proponho, nesta modesta adenda, comentar o imenso escopo do aludido texto. Apenas desejo discutir, ainda que com leviana brevidade, o conceito de minoria.

A evolução das espécies não procede com regularidade. Cada espécie vai mudando até se cristalizar um novo fenotipo que determine a mútua identificação dos indivíduos que o partilham a ponto de se distinguirem dos restantes e enveredarem, em conjunto, por outros caminhos... históricos. Até à conclusão do processo de completa diferenciação decorre um período doloroso em que os indivíduos superiores se sentem isolados, incapazes de, por esforços partilhados, por entendimentos mútuos com verdadeiros semelhantes, darem corpo a projectos que terão, entretanto, de viver como sonhos, ideais, fantasias.
Os indivíduos inferiores, mais aparentados com os símios, incapazes de sentir ou, sequer, de compreender as vivências superiores, percebem, instintivamente, que a existência dos homens superiores é uma ameaça a longo prazo. Nenhuma complacência morigera a sanha com que perseguem o Bem, o Bom e o Belo.

Uma precaução. Não se vejam os superiores e os inferiores nitidamente destacados. Os testes intelectuais mostram uma escala que vai, no reino do humano, dos 60 aos 200 pontos. Mesmo o símio tem rasgos de génio. Por outro lado, nem todas as inteligências estão equilibradas. O médico especialista, o grande engenheiro, o cientista criativo, podem exibir características de verdadeiros idiotas na sua visão política ou na vulgaridade do quotidiano.
Nenhuma inteligência, mesmo superior, é completa. Daí as incompreensões. Por exemplo, entre monarquistas, nacionalistas e anarquistas. Ainda que, no nosso entender, todos partam dos mesmos princípios chegam a soluções ou a visões políticas diversas.

Para que a evolução prossiga, a liberdade individual, inteira, responsável, é indispensável, aspecto a que alude o texto que aqui nos começou a inspirar. Os superiores não podem levar às costas os inferiores. Anulava-se assim, a responsabilidade dos portados e a liberdade dos portadores. Para atrasar a evolução os inferiores divulgam uma moral astuciosa. A moral da SOLIDARIEDADE OBRIGATÓRIA. Surgiram as religiões, o comunismo, os estatismos e misticismos organizados de toda a ordem.
A História essencial, a que perdura, consiste na libertação da moral mentirosa e fraudulenta da solidariedade obrigatória que faz aceitar as piores exacções, o desigual como igual, o frio como quente, o preto como branco, o poente como nascente, o obrigatório como voluntário. Os povos europeus, entre os quais se manifestou mais cedo o homem do futuro, cultivavam um individualismo essencial, bravo e esclarecido, onde a comiseração, mas voluntária e dirigida, sempre digna, tinha um lugar destacado. Os "penduras" resolveram pôr esse homem europeu a render e "inventaram" contos do vigário - cristianismo e comunismo - basicamente o mesmo. Incapazes de violência recorreram à fraude.
Veja-se a habilidade. O Cristo ter-se-á sacrificado por nós. A probidade do europeu (ou do africano, ou do árabe evoluído, etc.) leva-o a querer retribuir - o sentido da equidade é próprio da inteligência superior, do comerciante honesto. Sacrifiquemo-nos então pelo Cristo. Ora Cristo é tudo, sacrifiquemo-nos então por toda e qualquer coisa, até pelo inimigo que nos quer matar. Nos bons tempos, dê-se o melhor aos inclítos representantes de Cristo, os padres. Esgotada a fraude cristã vem a ilusão comunista. Mudam os figurantes permanece o esquema. Dê-se tudo a Mao, a Estaline, a Chavez, ao Fidel.
Esgotada a fraude comunista, vem a fraude da democracia, a mais completa, a mais acabada. Dê-se tudo ao Estado. O automóvel é colocado no stand por 15000 euros (fabrico, lucro, comissões, transporte do bem, incluídos). O Estado apõe ao preço mais 10000 euros. Ninguém pestaneja: é prá saúde, educação, previdência... Claro que o abuso é escandaloso, o "negócio político" é, por demais, atrevido. Urge montar a repressão, abafar quem ameace apontar contradições na elaborada mitologia.
Os regimes anti-comunistas, monarquias antigas, fascismo italiano, nazismo alemal, Pinochets, Salazares, Francos, são aparentemente mais repressivos mas, afinal, menos sistemáticos no saque da população, mais respeitadores das leis fundamentais do mercado, das formas e dos modos tradicionais, menos infantilizadores. A situação é melindrosa. Ai de quem aponte contradições à aparente santidade desta ilusória democracia. É preciso calar os factos antigos e abafar os escândalos do momentos - afinal os políticos são carne e a carne é fraca... Tal como na fotografia do Cristo aparece um ladrão de cada lado, também na foto da democracia santificada aparece o comunismo e o fascismo. Dois ladrões, só que um é bom e o outro mau.

Não poderá dar-se expressão colectiva ao homem europeu, melhor, ao homem do futuro, esteja na Europa ou no Japão, revele-se ele no âmago do preto ou do branco, sem sacudir essa fraude essencial da SOLIDARIEDADE OBRIGATÓRIA, sem denunciar os mitos globalistas - aquecimento, poluição, terceiro mundismo, fronteiras abertas ao imigrante - que, sem cessar, vêm querer cimentar a dita fraude antes que esta, como massa podre, se esboroe.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A PIDE
A polícia política era, em Portugal, o contraponto ao totalitarismo soviético e chinês.Se os comunistas tinham as costas quentes em potências estrangeiras imperialistas (confessavam querer estender o comunismo ao mundo todo)não podiam jogar impunemente no respectivo país natal: A traição é o pior dos crimes. Como o Estado português era mais
limitado que é hoje, também as negociatas eram em número menor e mais modestas, não sendo tantos os crimes que se impunham à denúncia de uma imprensa livre. Quando o ministro andou a brincar com jovens donzelas logo o conhecido folhetim do ballet rose foi interrompido e os ilustres bailadores exilados definitivamente do nobre palco da administração pública. Em suma, a PIDE era coisa razoável, quase nada. Ah! O Tarrafal, Caxias! No tempo das purgas,
dos gulags, das revoluções culturais e demais "saltos em frente", esses locais, se pouco simpáticos, faziam figura de pensão de três estrelas, servindo agora, nos palcos da mistificação a propaganda socialista. Pior vida tem o honesto que se levanta às cinco para ir trabalhar regressando a casa às dez da noite.

A PIDE actual é bem mais perigosa.

Informal, mas não menos sistemática, anónima mas não menos eficaz, "apolítica" mas não menos dirigida, a PIDE actual serve-se dos tribunais para perseguir jornalistas, das Inspecções Gerais para perseguir funcionários, das Finanças para perseguir empresários. Que o digam os jornalistas, processados por infracção ao "segredo de justiça" por terem sido indiscretos e tornado incómoda a planeada prescrição dos crimes da mafia sociopedófila; que o diga aquele juiz, censurado por "linguagem imprópria" (oh, desvergonha suprema) porque na sua honesta candura descobre algumas pomposas e obscenas carecas; que o diga o militar, exonerado por "racismo" por denunciar a óbvia perigosidade da imigração ilegal activamente fomentada pela aliança do dinheiro e da extrema-esquerda.

Com a Pide do antigamente, concreta, podia falar-se. Esta PIDE de hoje, abstracta e oculta, é impessoal, impiedosa. Tal como a censura do antigamente era um ingénuo risco a lápis numa folha de papel e a censura de hoje é uma venda que cada um coloca sobre os olhos.

quarta-feira, outubro 11, 2006

O DIREITO À VIOLÊNCIA

OS ANGINHOS
Os contadores de histórias que envenenam a moral humana desde a noite dos tempos apresentam a "sociedade ideal do futuro" como povoada por anjinhos dispensados da crua luta pela existência, dedicados às nobres função da poesia e da música, só interrompidas pela, ainda mais nobre, função democrática, pela qual, em assembleias dirigidas por santos, se resolvem todos os conflitos e se dissolvem todas as "incompreensões". Sociedade comunista, pois claro, que isso de propriedade privada é sinal do egoísmo estreito, fonte de todos os males. Claro que tão nobres intenções e insignes posturas só podem originar-se da crónica patifagem que persiste, geração após geração, em adormecer o próximo para melhor o roubar. O eterno truque do "conto do vigário", a vigarice instituída ideologia.

A VIOLÊNCIA NATURAL
Ora, como bem lembra o rejuvenescido slogan do PNR, o Trabalho é indispensável. Trabalhar, seja a fabricar, a distribuir, a vender ou a projectar, envolve uma continuidade, uma persistência, um esforço que, por assim dizer, violentam a natural tendência para descansar e poupar energia para o prazer ou para a mera distracção exploratória, tendência que afecta todas as formas de vida, não apenas o humano.

A violência do Trabalho é, pois, natural, impessoal, está na ordem das coisas. Uma sociedade normal espera que todos trabalhem provendo ao seu sustento. Dispensados de trabalhar estão aqueles que o Amor sustenta sendo que o Amor é sempre oferecido voluntária e expontâneamente. Se "todo o homem é meu irmão" então não tenho irmãos nem existem homens.

Para defender o produto do meu trabalho ou as dádivas de Amor que recebi em herança dos meus pais, ou tios, ou compatriotas, é natural que use da violência. Quando disparo sobre o assaltante, faço-o às escuras, não quero saber quem é, não preciso de lhe ver a cara. A violência que uso para defender o que é meu é tão impessoal e natural como a violência do Trabalho que fez surgir à face das coisas a minha propriedade.

O polícia que disparou sobre os rapazes que iam no carro roubado defendia o que era seu: O direito de mandar parar. Se me impedem de dar um tiro no assaltante da minha casa ou se impedem o polícia de disparar sobre o desobediente, negam a propriedade privada, negam o trabalho, negam a natureza das coisas. São os patifes a propagandear a sociedade dos anjinhos.

Vem então o director, juiz ou sumidade, doutamente, esclarecer na TV que um polícia só pode dispor da arma quando periga a vida sua ou de outrem. E mesmo assim - já aqui o discutimos - em condições que a Lei especifica com ridícula minúcia, as quais inviabilizam a eficácia do acto. Pois é... mas no carro roubado vai a vida do seu proprietário que trabalhou anos para o comprar e que dele necessita para ir trabalhar. E se no carro roubado ia um refém, se ía a droga que mata? O doutor é burro, já nos habituámos a tais personagens!

Quanto ao rapaz que a bala policial matou: Teve azar! Ter ou não ter pena dele é irrelevante. O choradinho era, antigamente, para meninos e para mulheres. Hoje, felizmente, é só para meninos. Mas os patifes que nos querem "enviar para os anjinhos" gostam que sejamos todos meninos para mais facilmente nos enrabarem como nos têm enrabado até aqui (perdoe-se a grosseria da linguagem que o autor, inepto, não consegue encontrar termos melhores).

A VIOLÊNCIA SISTEMÁTICA
Chegamos, finalmente, onde queríamos. O Estado actual - se é que podemos denominar Estado o monstro burocrático - reserva para si o uso da violência. Conta com a ingénua passividade dos meninos em que nos transformou. A tal ponto meninos, que é envergonhados que assumimos alguma virilidade. Como é inconsequente a lucidez que, em lampejos, ainda demonstramos. A violência do Estado é sistemática. Porém, como uma dor constante, deixamos de a sentir agudamente, habituamo-nos. Mas é brutal, absoluta. Sobre o funcionário, a quem castra profissionalmente, professores, médicos, engenheiros - e polícias - que o não podem ser, assoberbados de papéis, atormentados por legislação mesquinha e estúpida, privados do nobre acicate do mercado livre. Sobre os privados, que lutam arduamente por margem estreita de proveito, esmagados por impostos cujo montante não conhece paralelo, nem nos períodos mais negros da história das tiranias.

O GENOCÍDIO COM PÉS DE LÃ
O Estado impede o acesso aos cuidados de saúde, à educação, a uma velhice tranquila e digna. Obriga-nos a pagar para não ter. O médico já não vem a casa, centros de saúde, qual repartições públicas em que se tornaram, só abertos nas horas de expediente, ineficácia dos serviços médicos, listas de desespero. Escolas que não preparam para uma vida útil, centros de tédio e vadiagem em que se arrasta juventude amorfa, sem horizontes, entusiasmos, interesses fortes. Segurança social fraudulenta, milhões pelo buraco. E, tudo isso, obrigatório.

Estava-se melhor quando não havia hospital nem escola nem previdência. Não havia mas não se pagava. O pior que podia acontecer era morrer. Mas era um morrer mais simples, mais digno e mais barato. E a vida aproveitava-se, vivia-se e, enquanto trabalhava, a criança,ao menos, aprendia.

Agora que tudo seria melhor, mais leve, mais fácil - não graças ao socialismo mas ao engenho técnico e ao produto acumulado de um trabalho inteligente - tinha de vir esse Estado criminoso roubar os frutos do Progresso. Cínico, perito da propaganda, mestre da ilusão, o Estado declara reforma atrás de reforma. Assim se enganam os tolos. A civilização permanece criança prodígio sem futuro, adolescente pateta, adulto suicida.

ABAIXO O ESTADO
O Estado não serve para nada. As forças armadas assistem o poder do opressor, a polícia persegue o cidadão habitualmente cumpridor - paga a multa Zé! - o juiz, coitado, serve os conflituosos, a escola é igreja sem deus, cheia de lamentos e pecadores; o hospital, como a polícia, só serve quando não é preciso; o plano de ordenamento lá da câmara municipal é como a mula da cooperativa, deu dois coices no telhado. E os "fiscais" dos ministérios, os senhores inspectores, largados como cães sobre a população laboriosa sob pretexto de higiene, segurança, normalização, eficácia, "melhores práticas" (mais um chavão idiota que por aí nasceu)? Que cambada de inúteis!

Como na Antiga Roma, só as estradas ficarão por nobre testemunho. Para que a estrada passe, venha o Rei abrir caminho. Mil euros por ano, por cada uma dos dois milhões de viaturas, eis quanto bastaria para indemnizar o Monarca pelo transcendente obséquio. Mais cem euros por cada trabalhador bastariam para manter uma brigada de dois mil comandos, briosos, valentes e generosos, que à força de umas tantas bazucadas afugentariam das suas tocas a nojenta fauna de ratos, pavões, raposas, cadelas e muares. De resto, dois ou três dias de bom vento dissipariam o cheiro pestilento que agora nos incomoda nesta terra abençoada. Para os vigaristas, ladrões comuns e outras espécies mais perigosas de tratantes, estaria a época de caça sempre aberta que isto de deixar enferrujar a clavina lá em casa é uma pena.
Seiscentos milhões de contos (8% do actual orçamento), um Rei verdadeiro, monarca, e algum exercício físico, eis a felicidade por bom preço.
POST SCRIPTUM
Respondia-me há dias um velho amigo a quem a riqueza acabou por bafejar: "Tivesse tido sorte mais cedo e soubesse o que sei hoje, não mandava os meus filhos à Escola, não declarava um tostão ao fisco nem tirava bilhete de identidade. Tinha escolhido morada nos confins da serra e construído casa sem pedir licença à Câmara... O que mais detesto? Que me tratem por cidadão! O que mais aprecio? Rir na cara desses cabrões.
Enquanto o meu feliz amigo ri, eu continuo a sentir na cara o bafo da Besta e a ver, à minha volta, o mundo a arder sob o jacto da chama do dragão. Valha-me S. Jorge!

quinta-feira, setembro 21, 2006

ABAIXO O COMUNISMO!
ou
FARTAI VILANAGEM!
Já vão longe as férias. Pese o incentivo de peso do BATALHA FINAL só hoje sobra tempo e atitude. Para aqui escrever é preciso que a taça transborde e a indignação dê gravidade às palavras, que se querem sentidas.
As coisas estão de tal maneira que, com o risco de sobreposição ao Anti-comunismo Bloquismo, está a fazer falta um blog a denominar-se, NOTÍCIAS DO COMUNISMO (News of everywhere por oposição ao título News of Nowhere do libertário artista, William Morris). Infelizmente, nem todos querem perceber que se vive um regime comunista, isto é, um totalitarismo económico e político impiedoso. Vive-se tal comunismo inominado na medida da incapacidade dos povos de reter as suas raizes saudáveis de livre empreendimento e independência pessoal. Nessa medida, o comunismo é mundial e, em Portugal, se menos arrogante na aparência, é triste e confrangedor.

Fecham escolas e maternidades perante a estupefacta indignação do povo. Julgava o povo que o poder da rua durava sempre e alguma coisa. Não vale nada. O tal 25 de Abril já foi. Os tiranos de hoje são tão inflexíveis como os de sempre.

Estes tiranos, inflexíveis na rua, como os outros, são, também, inflexíveis na alma. Quanto às escolas, acham mais importante o computador e a biblioteca que a presença próxima dos pais e o ambiente familiar da aldeia que é a sua. Crianças de seis ou de nove anos, crianças, crianças, senhor, saem às sete de casa para regressar ás dezanove. E esse computador, que existisse; mas só existe na retórica ou então não funciona. Escolas com multidões, crianças perdidas. Isto só não é rapto porque é o Estado que faz! A Escola Primária, centro de convívio local, desaparece. Crianças sombra, pais sombra, pesadelo comunista.

A ministra, figura sinistra entre todas, entre cobardes e tíbios, perante o embaraço de uma jornalista habilidosa, impõe o medo. O bicho que ao seu lado se senta é o perfeito lacaio bajulador. Na escola que dirige, ai de quem critica a suprema superiora. Quer ser alguém, o pobre diabo...

Em nome de alguns tubos e aparelhos - oh, propaganda e ilusão! - felizmente utilizados, tão só, numa situação entre mil, as maternidades também vão para longe. Como a Educação, a Saúde e a Procriação vão-se evaporando. O sistema liquidatário do nosso povo não falha.
O Estado, na sua essência primeira, é militar. Forte, exacto, generoso. Mas a subversão liquidou de um golpe traiçoeiro os três estados, Nobreza, Clero e Povo. A amalgama reteve o pior de cada um: a brutalidade do soldado, a tacanhez do padre, a esperteza do saloio. Eis a burocracia! Nesta se alistou imediatamente a sub-espécie residual da espécie humana, o lixo inútil, que assim escapa à extinção natural.
Fartai vilanagem! Continua actual o brado desse que caiu em combate, derrotado pelo número.

quinta-feira, julho 27, 2006

FÉRIAS

Não primando pela regularidade e pela certeza, tenho colocado alguns posts que mereceram a atenção e leitura de distintos comentadores, os quais quiseram honrar-me com a sua lisonjeira visita.
A todos cumprimento, desejando-lhes boas férias caso tenham o previlégio de as usufruir.
Entretanto, despeço-me até, mais dia menos dia, 25 de Agosto.


Reconquista, em forma de site e, mais tarde, em blog, existe (ainda que incerto) há meia dúzia de anos.Entretanto, outra coisa sucedeu, esta, extraordinária! O mérito de nacionalistas, libertários e monarquistas portugueses não ficou na gaveta e inundou a NET como onda vigorosa e refrescante, consoladora.

quarta-feira, julho 26, 2006

sábado, julho 22, 2006

LÌBANO, A MESMA HISTÓRIA
Quem pretender uma narrativa sucinta, completa e equilibrada, em contexto histórico, da vida política no Líbano, leia:
O Líbano é exemplo e prova de que a multiracialidade e o multiculturalismo conduzem à guerra civil e ao caos absoluto. Se há um grupo nacional largamente maioritário que impõe um estilo e uma regra, podem acomodar-se pequenas minorias que enriquecem e dão colorido a uma sociedade, no respeito essencial por tal estilo e regra - em Roma sê como os romanos. Se são vários os grupos étnicos, religiosos, ou culturais, coexistindo, com influência notável, no mesmo espaço geográfico, o resultado é o desentendimento, o conflito agudo: no Líbano ou na ex-Jugoslávia - cristãos e muçulmanos -, na Europa do início da Idade Moderna ou na Irlanda do Norte actual - católicos e protestantes -, na Espanha do século XX - comunistas e gente normal -, etc, etc.
Um Estado partilhado entre dois grupos separados, ou melhor, entre os maiorais desses grupos, está condenado à indecisão e à fraqueza. Uma tal situação de instabilidade constitui perigo ou oportunidade para os vizinhos; assim, estes não demoram a preencher o vazio; são mais interesses a misturar-se num caldeirão que, rápidamente, ferve.
Ao longo do seu Mandato - 1920 a 1946 - foram os franceses que organizaram o Estado libanês e construiram as infraestruras portuárias, rodoviárias, educacionais e hospitalares do Líbano moderno. Encerrado esse período feliz, festejada a independência, o Líbano tornou-se um Estado feudalizado. Cristãos e muçulmanos regateiam o respectivo peso na direcção do Estado e na função pública. Os muçulmanos clamam que não estão suficientemente representados uma vez que (em demografia galopante) já se consideram superiores em número aos cristãos; estes, respondem que são responsáveis por 80% da criação da riqueza nacional. A coesão das Forças Armadas é constantemente posta em causa pois que entre os oficiais predominam cristãos sendo muçulmana a maioria dos soldados.
Os elementos da OLP (Organização de Libertação da Palestina) usam o Sul do Líbano como santuário para atacar impunemente Israel. Em 1970, a expulsão da OLP da Jordânia aumenta a sua presença no Líbano. Em 1975 a tensão crescente provoca a guerra civil entre cristãos e muçulmanos libaneses. As forças armadas libanesas não intervêem nos combates antes de se fragmentarem. A Síria, temendo a evidente influência deletéria da OLP na normalidade dos países onde se abriga, intervem a favor dos cristãos. Obtem-se a paz num país destruído. Mas a divisão étnica e religiosa permanece. Desde então, é a guerra civil permanente, complicada por lutas entre facções cristãs, entre si, e entre facções muçulmanas, e pela intervenção dos vizinhos, Síria e Israel. Nos anos oitenta, surge, temível, a influência do Irão que aí derrama novos e numerosos combatentes de Alá.
A actividade industrial, que já fora notável, declina devido à destruição do equipamento pela guerra. A produção agrícola- citrinos e trigo - reduz-se a um quinto do que fora nos anos 60.
Um sector prospera, adivinhe o leitor qual. O cultivo das drogas, primeiro o haxixe, depois, mais lucrativo, o ópio. Aí, todos lucram, cristãos e muçulmanos, e, em primeiro lugar, a OLP. Para o negócio da droga, a confusão da guerra é essencial a fim de estabelecer "terras de ninguém", cortinas de fumo.
O Líbano constitui uma lição para todos:
- Para os arautos do multiculturalismo: Não funciona!
- Para as almas sensíveis, admiradores dos OLPs, Hezbolas e outros "palestinianos": A sua prosperidade é a dos mafiosos, produção e comércio de droga. Será por tal que Arafat era tão rico?
- Para os patetas que se drogam ao som do "peace and love": A droga que consumis vem sempre a cheirar a sangue inocente!
- Para o cidadão vulgar, informado pelo telejornal: Do factor principal nunca se fala!
- Para os anarquistas puros, fiados na eficácia e equilíbrio das milícias privadas: O moderno feudalismo não funciona!
- Para os "nacionalistas" que pensam por reflexo condicionado: Uma coisa são os poderosos da finança internacional, as grandes famílias judaicas, outra coisa é um povo, Israel, que, como qualquer outro, quer viver em paz.
Na prática, tudo se baralha, a Verdade com que se engana, o oportunismo impiedoso e porco dos inúteis que fazem dinheiro fácil, a obliteração deliberada dos factos. "Ou há moralidade ou comem todos" diz o velho ditado português. Na prática, comem todos e não há moralidade nenhuma.
Bem pode vir o presidente libanês vituperar Israel, bem pode o jornalista entrevistar o pacato cidadão que "simpatiza com o Hezbola mas não é combatente", bem pode o PNR tomar posição "contra as operações militares levadas a cabo pelo exército israelita" e o Bloco de Esquerda "condenar a agressão israelita do Líbano" bem pode cada um fazer o seu teatrinho. O que verdadeiramente importará sempre não são as vítimas civis, as centenas de hoje e as centenas de milhar, de há trinta anos a esta parte, nesse país martirizado. A única verdade verdadeira, o "prime mover" gigantesco e aterrador, no Líbano, no Afganistão, na Colômbia, talvez na Venezuela, em qualquer lado onde o povo, privado pela guerra ou pelo regime político do sustento habitual e decente, se decide a tudo, é saber se a colheita do ópio e do haxixe vai ser boa, é saber se o caminho para o cais está livre e se a juventude, cá pelo Ocidente, continua burra.
O tabaco mata! Essa é boa!
LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE

Este slogan maçónico tem sido martelado durante dois séculos e meio, servindo de emblema à revolução "francesa" de 1789. Essa liberdade é a do desenraizamento, do vazio, da indefinição moral; essa igualdade é a da indiferenciação redutora que transforma gente em números; essa fraternidade tem sido o pretexto da extorsão mais abusiva da história da humanidade.
Chegamos, pelo impulso desse slogan mentiroso e hipócrita, à seguinte situação:
- Na época da educação para todos, as pessoas estão cretinizadas, incapazes de distinguir os seus interesses vitais e, ainda menos, de os defender; a liberdade que reconhecem é a dos bichos, a que praticam é a dos escravos; domina o salve-se quem puder, o imediatismo irresponsável e estúpido.
- Na época da democracia, nunca o poder político e económico foi tão irredutível, secreto, inexorável; é capaz de comandar guerras de extermínio mútuo sob pretextos patrióticos ou legalistas evidentemente falsos; os representantes do povo atraiçoam-no mil vezes ao dia, as leis do Estado são pasto de advogados, a indústria mais próspera é a do parasitismo de uma multidão de letrados frívolos e cínicos.
- Na época do progresso industrial, único valor material, moral e intelectual notável e indiscutível do tempo presente, os cidadãos dos países mais ricos do mundo continuam a viver sob o império da necessidade quando podiam viver como senhores. Em nome da fraternidade, do Estado Social, da solidariedade com gente estranha, parasitas, vadios, entregam a esse Estado 70% do seu rendimento.
Vem isto a propósito de um excelente artigo no site do PNR:
Vale a pena ler!
simple hit counter