sábado, fevereiro 17, 2007

A VERDADEIRA MINORIA
Um texto muito interessante publicado pelo RODRIGO versando os sentidos da História - nos sentidos, também a falta de sentido - alude à minoria capaz de encaminhar os destinos colectivos, à força da liberdade total e de uma consciência superior. Não me proponho, nesta modesta adenda, comentar o imenso escopo do aludido texto. Apenas desejo discutir, ainda que com leviana brevidade, o conceito de minoria.

A evolução das espécies não procede com regularidade. Cada espécie vai mudando até se cristalizar um novo fenotipo que determine a mútua identificação dos indivíduos que o partilham a ponto de se distinguirem dos restantes e enveredarem, em conjunto, por outros caminhos... históricos. Até à conclusão do processo de completa diferenciação decorre um período doloroso em que os indivíduos superiores se sentem isolados, incapazes de, por esforços partilhados, por entendimentos mútuos com verdadeiros semelhantes, darem corpo a projectos que terão, entretanto, de viver como sonhos, ideais, fantasias.
Os indivíduos inferiores, mais aparentados com os símios, incapazes de sentir ou, sequer, de compreender as vivências superiores, percebem, instintivamente, que a existência dos homens superiores é uma ameaça a longo prazo. Nenhuma complacência morigera a sanha com que perseguem o Bem, o Bom e o Belo.

Uma precaução. Não se vejam os superiores e os inferiores nitidamente destacados. Os testes intelectuais mostram uma escala que vai, no reino do humano, dos 60 aos 200 pontos. Mesmo o símio tem rasgos de génio. Por outro lado, nem todas as inteligências estão equilibradas. O médico especialista, o grande engenheiro, o cientista criativo, podem exibir características de verdadeiros idiotas na sua visão política ou na vulgaridade do quotidiano.
Nenhuma inteligência, mesmo superior, é completa. Daí as incompreensões. Por exemplo, entre monarquistas, nacionalistas e anarquistas. Ainda que, no nosso entender, todos partam dos mesmos princípios chegam a soluções ou a visões políticas diversas.

Para que a evolução prossiga, a liberdade individual, inteira, responsável, é indispensável, aspecto a que alude o texto que aqui nos começou a inspirar. Os superiores não podem levar às costas os inferiores. Anulava-se assim, a responsabilidade dos portados e a liberdade dos portadores. Para atrasar a evolução os inferiores divulgam uma moral astuciosa. A moral da SOLIDARIEDADE OBRIGATÓRIA. Surgiram as religiões, o comunismo, os estatismos e misticismos organizados de toda a ordem.
A História essencial, a que perdura, consiste na libertação da moral mentirosa e fraudulenta da solidariedade obrigatória que faz aceitar as piores exacções, o desigual como igual, o frio como quente, o preto como branco, o poente como nascente, o obrigatório como voluntário. Os povos europeus, entre os quais se manifestou mais cedo o homem do futuro, cultivavam um individualismo essencial, bravo e esclarecido, onde a comiseração, mas voluntária e dirigida, sempre digna, tinha um lugar destacado. Os "penduras" resolveram pôr esse homem europeu a render e "inventaram" contos do vigário - cristianismo e comunismo - basicamente o mesmo. Incapazes de violência recorreram à fraude.
Veja-se a habilidade. O Cristo ter-se-á sacrificado por nós. A probidade do europeu (ou do africano, ou do árabe evoluído, etc.) leva-o a querer retribuir - o sentido da equidade é próprio da inteligência superior, do comerciante honesto. Sacrifiquemo-nos então pelo Cristo. Ora Cristo é tudo, sacrifiquemo-nos então por toda e qualquer coisa, até pelo inimigo que nos quer matar. Nos bons tempos, dê-se o melhor aos inclítos representantes de Cristo, os padres. Esgotada a fraude cristã vem a ilusão comunista. Mudam os figurantes permanece o esquema. Dê-se tudo a Mao, a Estaline, a Chavez, ao Fidel.
Esgotada a fraude comunista, vem a fraude da democracia, a mais completa, a mais acabada. Dê-se tudo ao Estado. O automóvel é colocado no stand por 15000 euros (fabrico, lucro, comissões, transporte do bem, incluídos). O Estado apõe ao preço mais 10000 euros. Ninguém pestaneja: é prá saúde, educação, previdência... Claro que o abuso é escandaloso, o "negócio político" é, por demais, atrevido. Urge montar a repressão, abafar quem ameace apontar contradições na elaborada mitologia.
Os regimes anti-comunistas, monarquias antigas, fascismo italiano, nazismo alemal, Pinochets, Salazares, Francos, são aparentemente mais repressivos mas, afinal, menos sistemáticos no saque da população, mais respeitadores das leis fundamentais do mercado, das formas e dos modos tradicionais, menos infantilizadores. A situação é melindrosa. Ai de quem aponte contradições à aparente santidade desta ilusória democracia. É preciso calar os factos antigos e abafar os escândalos do momentos - afinal os políticos são carne e a carne é fraca... Tal como na fotografia do Cristo aparece um ladrão de cada lado, também na foto da democracia santificada aparece o comunismo e o fascismo. Dois ladrões, só que um é bom e o outro mau.

Não poderá dar-se expressão colectiva ao homem europeu, melhor, ao homem do futuro, esteja na Europa ou no Japão, revele-se ele no âmago do preto ou do branco, sem sacudir essa fraude essencial da SOLIDARIEDADE OBRIGATÓRIA, sem denunciar os mitos globalistas - aquecimento, poluição, terceiro mundismo, fronteiras abertas ao imigrante - que, sem cessar, vêm querer cimentar a dita fraude antes que esta, como massa podre, se esboroe.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A PIDE
A polícia política era, em Portugal, o contraponto ao totalitarismo soviético e chinês.Se os comunistas tinham as costas quentes em potências estrangeiras imperialistas (confessavam querer estender o comunismo ao mundo todo)não podiam jogar impunemente no respectivo país natal: A traição é o pior dos crimes. Como o Estado português era mais
limitado que é hoje, também as negociatas eram em número menor e mais modestas, não sendo tantos os crimes que se impunham à denúncia de uma imprensa livre. Quando o ministro andou a brincar com jovens donzelas logo o conhecido folhetim do ballet rose foi interrompido e os ilustres bailadores exilados definitivamente do nobre palco da administração pública. Em suma, a PIDE era coisa razoável, quase nada. Ah! O Tarrafal, Caxias! No tempo das purgas,
dos gulags, das revoluções culturais e demais "saltos em frente", esses locais, se pouco simpáticos, faziam figura de pensão de três estrelas, servindo agora, nos palcos da mistificação a propaganda socialista. Pior vida tem o honesto que se levanta às cinco para ir trabalhar regressando a casa às dez da noite.

A PIDE actual é bem mais perigosa.

Informal, mas não menos sistemática, anónima mas não menos eficaz, "apolítica" mas não menos dirigida, a PIDE actual serve-se dos tribunais para perseguir jornalistas, das Inspecções Gerais para perseguir funcionários, das Finanças para perseguir empresários. Que o digam os jornalistas, processados por infracção ao "segredo de justiça" por terem sido indiscretos e tornado incómoda a planeada prescrição dos crimes da mafia sociopedófila; que o diga aquele juiz, censurado por "linguagem imprópria" (oh, desvergonha suprema) porque na sua honesta candura descobre algumas pomposas e obscenas carecas; que o diga o militar, exonerado por "racismo" por denunciar a óbvia perigosidade da imigração ilegal activamente fomentada pela aliança do dinheiro e da extrema-esquerda.

Com a Pide do antigamente, concreta, podia falar-se. Esta PIDE de hoje, abstracta e oculta, é impessoal, impiedosa. Tal como a censura do antigamente era um ingénuo risco a lápis numa folha de papel e a censura de hoje é uma venda que cada um coloca sobre os olhos.
simple hit counter