segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A PIDE
A polícia política era, em Portugal, o contraponto ao totalitarismo soviético e chinês.Se os comunistas tinham as costas quentes em potências estrangeiras imperialistas (confessavam querer estender o comunismo ao mundo todo)não podiam jogar impunemente no respectivo país natal: A traição é o pior dos crimes. Como o Estado português era mais
limitado que é hoje, também as negociatas eram em número menor e mais modestas, não sendo tantos os crimes que se impunham à denúncia de uma imprensa livre. Quando o ministro andou a brincar com jovens donzelas logo o conhecido folhetim do ballet rose foi interrompido e os ilustres bailadores exilados definitivamente do nobre palco da administração pública. Em suma, a PIDE era coisa razoável, quase nada. Ah! O Tarrafal, Caxias! No tempo das purgas,
dos gulags, das revoluções culturais e demais "saltos em frente", esses locais, se pouco simpáticos, faziam figura de pensão de três estrelas, servindo agora, nos palcos da mistificação a propaganda socialista. Pior vida tem o honesto que se levanta às cinco para ir trabalhar regressando a casa às dez da noite.

A PIDE actual é bem mais perigosa.

Informal, mas não menos sistemática, anónima mas não menos eficaz, "apolítica" mas não menos dirigida, a PIDE actual serve-se dos tribunais para perseguir jornalistas, das Inspecções Gerais para perseguir funcionários, das Finanças para perseguir empresários. Que o digam os jornalistas, processados por infracção ao "segredo de justiça" por terem sido indiscretos e tornado incómoda a planeada prescrição dos crimes da mafia sociopedófila; que o diga aquele juiz, censurado por "linguagem imprópria" (oh, desvergonha suprema) porque na sua honesta candura descobre algumas pomposas e obscenas carecas; que o diga o militar, exonerado por "racismo" por denunciar a óbvia perigosidade da imigração ilegal activamente fomentada pela aliança do dinheiro e da extrema-esquerda.

Com a Pide do antigamente, concreta, podia falar-se. Esta PIDE de hoje, abstracta e oculta, é impessoal, impiedosa. Tal como a censura do antigamente era um ingénuo risco a lápis numa folha de papel e a censura de hoje é uma venda que cada um coloca sobre os olhos.

5 Comments:

Blogger rui said...

é quase exacto. da pide concreta PODE falar-se.
dos actuais "perseguidos", fechados em celas escuras, sujeitos a torturas ( enfim... torturas antes das novas definições de tortura do governo americano...), é preciso cuidado . cuidado com as denúncias.
e tu tem cuidado, olha que eles andem aí...

2/18/2007 09:18:00 da manhã  
Blogger rui said...

ah! um abraço e continuação do bom humor.

2/18/2007 09:19:00 da manhã  
Blogger reconquista said...

Muito me apraz que, logo no dia em que coloco dois novos posts, ao fim de meses de paralisia, um leitor atento se digne comentar. E logo um leitor com pronta e fácil piada... Pois que continue a ler-me e que se digne articular melhor os seus comentários a fim de que saia luz da discussão.
Quanto à prestação do carro: - Caro Rui, não faça pouco da miséria, mesmo que tendo, o senhor, algum tacho (ou biscato) no sistema, a miséria geral ajude a pagar-lhe o estipêndio.

2/18/2007 10:48:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

não percebi nada do diálogo entre estes dois. o que é isso da prestação do carro.

2/18/2007 08:48:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Concordo interamente com esta definição de PIDE.
Esta PIDE é muito pior que a de antigamente.
Eu preferia ser jornalista antes do 25 de Abril de 1974 do que agora nesta selva socialista onde vale tudo para calar quer falar.
Salazar está perdoada, se é que alguma vez fez alguma coisa de mal.

7/19/2007 01:16:00 da manhã  

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