segunda-feira, dezembro 19, 2005

OS INIMIGOS POR DENTRO


Nem sempre temos a seguinte ideia presente: Estamos em guerra! Há a guerra-guerra, houve a guerra fria e, desde que a comunicação existe, tem havido a guerra-surda -- para quê inventar novos termos se os que existem se entendem e adequam melhor?

A guerra-surda, por contraste, faz-se muito por palavras e, até, por música. Mas são palavras para distraídos que julgam entender porque ouviram, quando são as entrelinhas, inaudíveis, invisíveis, que desvendam o sentido. É a guerra manhosa, cobarde, constante, insidiosa.

A guerra-surda, é uma guerra entre outras pois não só tem Finalidade como se lhe aplica a Estratégia. Guerra que apenas derrama sangue em minutas batalhas - porque o hardware é especialmente trabalhoso e fica caro - mas muito mais perigosa que a guerra antiga. O seu fim não é "continuar a diplomacia por outros meios" mas, radicalmente, eliminar raças, escravizar povos e nações, simplesmente.
Pode ter-se uma ideia da geografia desta guerra-surda e total imaginando uma gigantesca "melée" de torneio medieval, envolvendo não só garbosos ou enlameados cavaleiros, mas peões, criados e, aqui e ali, enormes catapultas na figura de metódicas formações de caças-bombardeiros. A guerra total ocorre em todos os campos, a todos os níveis, do silo nuclear à mente de cada um de nós. Dou-me muitas vezes conta da minúcia desta guerra quando desisto de certa ideia ou intenção, especial, ou a adio, a favor de qualquer imediata, tosca e fechada vulgaridade, do reflexo condicionado, do inimigo!
Ao contrário de uma guerra "convencional", nesta guerra-surda só o inimigo parece ter estratégia, uma ideia clara dos meios logísticos, das forças em presença, planos, mapas, estado-maior. Nós, inimigos do inimigo, caracoleamos por entre uma multidão de bravos, distraídos porque laboriosos, que hão-de sofrer golpe rude, geralmente pelas costas, antes de encarar o adversário e ripostar a valer.
O inimigo, qual bando de chacais, avança dissimulado, escolhe, uma a uma, a presa, abate-a e prossegue. Chega a rir. Escondido entre os arbustos, emite ordens falsas, gritos traiçoeiros de socorro, muda de roupa e vem ao campo incitar os destacamentos honestos para os dirigir uns contra os outros. É certo que o inimigo, mestre da Ilusão, senhor de lado nenhum, está em desvantagem essencial perante os servos da Verdade, assentes em terra sua, criadores do Verdadeiro e do Belo. Por isso, vive do movimento, do frenesi.
Quem o inimigo teme mais é quem ameaça pôr ordem na batalha. Quem separa as hostes. Quem junta os puros. Quem escorraça os hipócritas. Quem, pelo rigor, parco mas penetrante, ilumina o pensamento.
A que vem o arrazoado? Depois do casamento gay, mentiroso, que o casamento antes da Lei o consagrar é a Natureza que o afirma, as gerações antigas que o comandam e as novas que o exigem, surgem as "trabalhadoras dos sexo" -- ver a lavagem ao cérebro na SIC de Sábado passado. A mentira abre caminho orquestrada por uma vintona misógina, virgem talvez, prostituta faz de conta, agitadora bem treinada. Digamos bem alto: O sexo pago não é profissão. É rebaixamento, aviltamento patético, é fazer de um jardim secreto um mercado ruidoso, de um regato cristalino um esgoto a céu aberto. Prostituição, não!
E o que querem as putas de faz de conta, ou melhor, que pretendem os seus proxenetas, oficiais do inimigo? A degradação, sempre mais, sempre pior, que degradar é mais e melhor do que matar. Amanhã, mulher honesta desempregada que recuse emprego no dito "ramo" perderá o direito ao subsídio. Já aconteceu na pobre Alemanha de hoje, alvo primeiro dos roedores. Agora, que há mulheres da vida, há! E cavalheiros com gostos peculiares! Assunto privado, pequeno, talvez caso perdido... mas para tal existe a caridade e a possível solicitude pelo ser humano que se afunda.
O inimigo, esse, que assalto após assalto não consegue prostituir as nossas mulheres e castrar os nossos mancebos, vai pela porta escancarada da Política assaltar e poluir o Registo Civil e o Código Comercial.
E a nossa classe média, o saco de plástico carregadinho de Expresso -- almanaque de enjoativas receitas de ideológica culinária e de bem estar au Sheraton -- como se porta? Aplaude a ousadia das putas falsas, o charme piroso dos paneleiros, comove-se com o caso pessoal, eleva-se à Academia das tretas, como os falsos beatos, à força de incenso, docemente se transportavam ao seu pobre paraíso, de pacotilha.
E a Juventude? Aleluia! Arrastada à força por escolas-prisão, sem rumo e sem alegria -- um tédio de morte -- seduzida por escabrosas cretinices em forma de coisa notável, a juventude não cede. Lá vai, ainda que a mancar, arranja trabalho, adquire a custas próprias e à pressa a formação que a Escola não lhe deu, casa, tem filhos, pelo caminho apaixona-se, namora, pratica desporto, curte o Sol e o mar, raparigas desinibidas, rapazes meio sem jeito, é a juventude eterna, a nossa!
simple hit counter