segunda-feira, junho 26, 2006

POLÍTICA E CULTURA

Sou do tempo em que a esquerda podia lançar a ilusão de que encarnava a cultura. Muito precariamente pois o "intelectual de café", o "homem de esquerda", "o fala-barato" rapidamente se tornou um estereotipo ridículo. O intelectual de esquerda era, mesmo assim, um ser perigoso de duas faces. Ora puritano - quando antecipava o mundo a vir, o seu paraíso comunista, imbuído de disciplina e dedicação aos altos ideais retóricos - ora decadentista quando retratava a "sociedade capitalista moribunda". Homem de duas faces, leitor esforçado das cartilhas, opinador convicto, manhoso, taxativo, cruel.

Pois bem. A gente de esquerda deixou de frequentar o café. Estão todos muito bem colocados na função pública, de preferência nos corpos inspectivos dos ministérios - usando o processo disciplinar com maestria, treinando o mundo que há-de vir - ou em organismos paralelos esquisitos, alfobres de assessores e de ministros. O serão é para os telefonemas demorados, para as combinações.

A intelectualidade genuína, séria e laboriosa nunca foi o forte da esquerda. O Capital bastava-lhes, o resto são panfletos, processos inquisitoriais, artigos de jornal, campanhas difamação. A propaganda e o negócio escuro é o que lhes vai no sangue. Vendedores de sonhos e ilusões, urdidores de mitos, mafiosos, por tradição antiga. Na hora da verdade, da entrega, carrascos sanguinários, fornecedores de crueis desilusões. A gente de esquerda já não precisa da cultura barata. Entretem-se com coisas sérias, chegou ao poder. É responsável, exigente, toca outro instrumento. Neocons, na América; aqui, não têm nome nem cara. PS, pode ser a coisa mais parecida, mas estão em todos os partidos.

No terreno da escrita pública, a esquerda deixou para trás meia dúzia de parvinhas fotogénicas e uns tantos cretinos furiosos ou alucinados para entreter a classe média. Treinada no velho liceu, à classe média basta-lhe que a palavra seja escrita e impressa em bom papel, escrita sempre pelos mesmos, para ser verdade.

Vem isto a propósito do panorama bloguistico. O que é sério, em filosofia política, é quase exclusivamente nacionalista ou libertário (classical liberalism). Lê-se do melhor. Visite o leitor http://www.batalhafinal.blogspot.com/ e delicie-se com os últimos posts e com a cadeia de comentários, vivos, perspicazes, cultos.

Lá vai aparecendo o/a militante de esquerda. Está-se à espera de argumentos/cassete do tipo "a classe operária blá, blá" ? Nem isso já. É só "sois uns nojentos, racistas, bla, bla" e mesmo disto, pouco. E a iniciativa intelectual de esquerda? Há! O "blog de esquerda" de conceituada personalidade do milieu. Mas que... Vinte posts a despedir-se. Que snobismo bacoco! E o Indimédia? Que índios, só rapazinhos a afiar canivetes!

A esquerda perdeu a batalha de cultura. Também nunca a travou. Como disse, propaganda apenas. É certo que teve um ponto de maior perfeição no sofisma, um ponto alto, com o neo-realismo. Mas agora a esquerda já não quer saber de realismo, de crítica social. Pudera, arranjar lenha para se queimar?








sexta-feira, junho 23, 2006

TAL COMO UM RIO, O NACIONALISMO

Surgiu um novo blog: O CONDADO". O nacionalismo não pode ser contido em margens de betão. Extravasa dos lugares comuns, banha campos diversos, consoante as estações do ano. É água, é Vida, é razão e sentimento, é construção e é paisagem. Invade o deserto da utopia esquerdista, repete equívocos ou é ponte que abraça lugares antes não visitados. Até inventa horizontes novos, assenta arraiais na imensidão. A viagem, a visita, valem a pena!

quinta-feira, junho 22, 2006

PORTUGUESES, HOJE, SOMOS TODOS MILITANTES DO PNR

Ainda que o não sejamos, de facto, sê-lo-iamos, imediatamente, ainda que de forma simbólica, se amantes da liberdade.

Não li nem lerei os atropelos que umas revistas lustrosas para aí escreveram. Não li nem lerei porque a cantiga se repete e eu não gosto de cantigas.
A direcção do PNR já reagiu adequadamente. Não há nada a acrescentar quanto aos dislates timbrados em papel couché ou em video teleguiados.

Poderia, é certo, repetir comentários certeiros publicados em blogues atentos: Que o PSD não é o Valentim Loureiro; que o CDS não é o sujeitinho de Marco de Canavezes; que o PS não é (só) o Paulo Pedroso. Para lembrar que o PNR não é um desfile de moda onde passam "cow-boys nazis". Mas, cuidado!!! Há uma importante diferença: O "cow-boy nazi" de quem se fala não está acusado de crime nenhum, não é acusado de comprar árbitros de futebol, não é acusado de negócios escuros numa autarquia, não foi acusado de abusar sexualmente crianças. Nem o "cow-boy nazi" anda a assaltar passageiros na linha de Sintra, respeita a polícia.

O "cow-boy nazi" não faz figuras tristes. Homem, não anda com roupa de mulher, não se comporta indignamente nem incita ao deboche como o fazem entertainers bem pagos, muito prezados pela sociedade política.

O "cow-boy nazi", que me perdoe ele a insistência, é, tão só, um cómodo estereotipo para diabolizar a direita nacional e patriótica: Que esta direita actua por motivação racista, que é má, que sonha com novos holocaustos, eis o conto do vigário, eis a famosa cantiga desses jornalistas lacaios.

Não senhor, não é por racismo fútil que nos opomos à imigração. O assunto é mais importante, muito mais importante que questões académicas de sociobiologia. Resume-se num aforismo incandescente:

A Pátria é propriedade da Nação! Portugal é dos portugueses!

Simples, não é? É desta simplicidade que os donos dos jornalistas lacaios têm medo. Medo que o povo abra os olhos e perceba que está a ser desapossado do bem mais precioso - o usufruto e senhorio colectivo do território pátrio.

Daí que os donos mandem os jornalistas lacaios insistir no racismo, desviar a atenção do essencial para o irrelevante. Viram então os holofotes para o estereotipo vestido de preto e calçado de botas. Mas correm um risco, um risco imenso. "Quem tudo quer tudo perde", não há meio de aprenderem a lição. O estereotipo pode, afinal, inspirar a juventude.

E se esta começa a perguntar-se: "Alto lá, não é normal preservar a nossa casa de intrusos? Não é estranho que tantos intrusos cometam crimes, que o criminoso fique impune, que em lugar de ser castigado e expulso seja apontado como vítima social? Não é estranho que tendo eu herdado a nacionalidade, por que me honro, de infindas gerações que, em sacrifício, me precederam, venha um qualquer, sem a merecer ou herdar, obtê-la por mero acto administrativo? E se isto é uma conspiração cujo objectivo final está no extermínio dos povos europeus? Afinal, não aprendemos na escola que o povo judeu sofreu o holocausto, que, sendo catorze milhões, quase metade foi chacinada em campos de concentração? Tamanha monstruosidade pode vir a acontecer connosco, portugueses, franceses, holandeses, europeus em geral! É tudo uma questão de proporção! Porque não? Não nos ensinaram que não há povos bons e povos maus, que há só uma humanidade? Então o que uns fizeram podem outros fazer, o que uns sofreram podem outros sofrer! E se o tal cow-boy, como o pintam as revistas e a televisão, for, afinal, o exemplo a seguir? E se é preciso pegar em armas quanto mais cedo melhor?

Bem poderá incitar-se essa juventude à calma, tentar persuadi-la que a violência não é solução. Bem poderão mobilizar-se os políticos, convidar até os, afinal moderados, da "extrema-direita" que hoje querem meter no mesmo saco dos cow-boys vestidos de preto. Mas lá virá um jovem a retorquir: "Ora, ora, é pela força que as coisas se têm feito e sempre se farão; não me contou o meu avô que quando os africanos quiseram ser independentes, livrar-se dos colonizadores europeus, foi pelo terrorismo que começaram?" E virá outro, mais informado, acrescentar: "É verdade, contra os ingleses foram os mau-maus. E em Angola, lá pelo ano de 1961, chacinaram mais de mil portugueses numa só noite de horror."

Cuidado pois com os estereotipos, senhores jornalistas espertalhões. De tanto gritar ao lobo, o lobo aparece.

Como prova de solidariedade para com o PNR e dever de empenhada militância, aqui lhe deixo dois argumentos mais para que se contrarie a imigração. Um argumento ecologista e um argumento liberal:

-- Justificam a imigração com a baixa natalidade. Ora, se os portugueses querem ter menos filhos, alguma razão lhes assiste. Se é o humano que polui, quanto menos humanos menos poluição. Um Portugal menos povoado é um Portugal menos poluído. Em 1800 éramos três milhões e éramos nação válida. Quanto menos houver à mesa, mais sobra para cada um. Quanto às reformas? O dinheiro já foi descontado, já "lá" está. Se não está é porque foi roubado. Perguntem aos ladrões. Ora, se os portugueses querem ser menos e vêm agora os de fora ocupar os lugares deixados livres, à mesa, chama-se a isso afronta. Afronta que redunda em ameaça e prejuizo.

-- Se não estivesse instituído o subsídio de desemprego, não ficariam de conserva meio milhão de portugueses. São esses portugueses desempregados que devem "imigrar" para o mundo do trabalho. Se não estivesse instituída, nessa Europa insensata, uma multidão de outros subsídios, não viriam tantos de fora, não pelo emprego mas pela regalia: "Anda para cá, Ahmed, os franceses são tão burros e impotentes, que basta teres filhos para ganhares a vida".

De povos desmoralizados pelo comunismo larvar e pelo parasitismo que este, cinicamente, fomenta não pode esperar-se dignidade, amor-próprio, elementar instinto de sobrevivência. É com isto que mais contam os donos daqueles jornalistas. Por isso, rezo todos os dias: "Deus, comunismo não! Fazei que os meus amigos do PNR, do estatismo, não caiam na tentação!"

terça-feira, junho 20, 2006


CADA VEZ MAIS LIBERTÁRIO, NACIONALISTA E MONARQUISTA


Não pode ser-se nacional sem ser libertário nem ser libertário sem ser monarquista


Com tal título não quero proclamar maior firmeza na convicção embora tal firmeza se obtenha de uma melhor certeza da opinião, não, ao menos no ser racional, da teimosia pertinaz ou de uma qualquer revelação exaltante. Sinto, penso, concluo, confronto, confirmo, volto a sentir e, só então, acredito e creio. Não gosto de pensar, nem consigo, ao som de tambores nem para crer e querer me faz falta o ondejar de bandeiras. "Viva o fascismo!" concluía alguém o seu discurso do 10 de Junho passado . Permita-me sorrir, caro amigo. "Viva Portugal!" Viva sim, para que vivamos todos, portugueses. Mas como viveremos? Perguntar isto é preciso, porque da forma de viver depende o vivermos ou morrermos.
Com o tal título deste post quero reiterar que não pode ser-se nacional sem ser libertário nem ser libertário sem ser monarquista, que uma nação verdadeira é feita de homens livres, de senhores, e que, senhores de nós e do que é nosso, não admitimos outro senhor que não um senhor maior, o Rei.
Escrevi há tempos um programa político. Está em http://reconquista.do.sapo.pt. Deliniei o Estado, fortaleci-o, emagreci-o, determinei-o, corri com os comunistas, da Educação, da Saúde e da Segurança Social; em suma, dignifiquei o Estado a fim de honrar a Nação e preservar a Pátria. Podem rir-se, meus amigos, mas gosto do que é expedito, prático e fundo. Não me sobra tempo para devaneios, subtilezas literárias, reminiscências poéticas. Nem creio que a palavra dos deuses seja bastante. Tomo eu a palavra, menos para anunciar boas novas que para explicar, prosaicamente, ideias e factos que, à força de práticos, parecem vulgares. Não estou de férias nem me fazem falta terapias ou catarses ideológicas; pertenço à classe média mas não sou tolo.
Ora, não estou satisfeito com o tal meu programa político, nem com a forma nem com o fundo. Demasiado extenso, ninguém o lê; demasiado manso, presta-se à transigência. O essencial veste-se aí de uma roupagem que, mesmo sem solenidade ridícula ou artifício malicioso, ainda lhe tolhe o movimento e lhe esconde as formas. Que essencial é esse, libertário, nacionalista, monarquista?


Todas as utopias são mentirosas

O meu essencial é a própria Vida resolvendo-se em si. Ao contrário, as utopias odeiam a Vida, criam esquemas de morte onde a deformam, reduzem, estrangulam. Como nem os utopistas podem crer na sua utopia - nem concebê-la na sua inteira e monstruosa verdade - continuam a usar, abusando-o, o vocabulário da vida: Liberdade, Progresso, Justiça, Segurança, Humanidade. Todas as utopias são mentirosas, por necessidade e por vocação. Simplistas, todas se parecem e, parecendo-se, cabem num nome comum: comunismo!
Daí que o meu essencial tenha um nome primeiro: Anti-comunismo! - Onde se lê comunismo pode ler-se socialismo; entre os dois a diferença não é de grau mas de táctica.
A liberdade comunista é licença, licença louca com prazo de validade curto e ressaca sangrenta. "Enforcar o último rei nas tripas do último padre": Eis o desígnio edificante dos revolucionários de ontem, hoje no poder. Fascinar o povo pelo medo, colocando-o, paralisado, à mercê do monstro genocida. Já não há reis nem padres e o povo está à mercê.
O progresso comunista é propaganda e ilusão, gigantesca e multiforme fachada a encobrir miséria, fome e a bancarrota do Estado. Que progresso podem promover inúteis palavrosos, gente que "não sabe pregar um prego", cuja estulta pretensão só tem paralelo no descalabro dos seus "programas de desenvolvimento" e "choques tecnológicos" soviéticos? A cavalo no progresso real da Indústria, ainda insultam os fautores da produção (chamam-lhes ricos e capitalistas) com uma sobranceria a que não se atreviam senhores feudais. Esses “nabos” contam com a inveja da ralé mais estúpida, sempre pronta a morder a mão que lhe oferece o alimento.
A justiça comunista é delacção, perseguição, humilhação, confusão e sofisma legislativo, capricho processual, culminando em indiferença cívica, caos e guerra civil. Tendo-se apropriado do sistema da burocracia jurídica, os comunistas protegem o crime, justificam-no moralmente, legalizam-no judicialmente, tão indiferentes à vítima como ao criminoso. É a rodagem do poder totalitário, o reino do arbítrio e da soberba hipócrita. Ai dos simples!
A segurança comunista é previlégio e favor aos manhosos e incapazes, é o emprego do Estado, a voz do dono. Ai de vós cães de trela bem nutridos, advogados, professores, médicos, burocratas, funcionários e funcionarizados, sereis os primeiros a cair. Lembrai-vos das purgas de Estaline e Mao!
A Humanidade do comunista é Poder, poder total, poder global. "Tirar aos ricos para dar aos pobres" agulhar a riqueza do mundo. Que longo é já o braço da tirania comunista universal!
A minha liberdade não é ambígua, é autodeterminação; o meu progresso não é ilusório, é engenho, esforço e arte; a minha justiça não é hipocrisia, é Honra – de honrar obrigações naturais e contratos -; a minha segurança não é precária, está na propriedade das coisas e na lealdade dos homens; a minha humanidade não é táctica, é sentimento.
O meu programa é simples e directo: Vida Digna, independente. Mas o programa comunista é escravatura e morte. Onde está a utopia não está a Vida. Onde está a Vida está o Sonho, sonho de mais vida.



O comunismo contaminou a Vida

Infelizmente, a utopia - o comunismo - contaminou a Vida. Vejo, com pesar, que o anti-comunismo passou de moda, incomoda. Sei porquê. 1984 já foi. Agora, os meus contemporâneos de 2006 enterram a cabeça na areia. Os meus colegas professores, os médicos, juristas, empregados, funcionários ou funcionarizados, têm vergonha e têm medo. As empresas dependem do Estado em quase tudo, e as pessoas. Sem dignidade, enquanto der para viver, enterram todos a cabeça na areia. Se querem mostrar que são gente, gente da boa, uma tirada politicamente correcta, daquelas que agora se aprendem na escola primária e no liceu - solidariedade, coitadinhos, integração, bla-bla – tranquiliza o ego. Afinal, o mau não é aquele gajo vestido à cow-boy nazi que a nossa polícia identificou e prendeu? “A esquerda é fixe, Soares é fixe, eu sou fixe...” quer pensar o pateta, para seu bem e alegria.
Pois é, graças à fraqueza humana - ao medo, à inveja e ao oportunismo - o comunismo contamina... A propósito, deixo ao leitor uma anedota e, aos meus amigos nacionalistas, um recado.
Há tempos, em conversa com um colega de trabalho, alemão, recém-conhecido, conferiamos as tácticas habituais que o sistema tem usado para manipular a opinião pública. Em fim de conversa e jeito de despedida, pergunta-me, prudente: “ O senhor é socialista?” Percebi a intenção e respondi-lhe: “Não, senhor, sou nacionalista”. Como poderia eu ser socialista, sendo nacionalista? Não me sobrou oportunidade para lhe confessar que era, também, libertário e monarquista.
Em cinco minutos mais e alguns meses depois, dir-lhe-ia que ao Estado do meu programa bastarão dois ministérios: Defesa e Obras Públicas. Que não haverá nele lugar algum para a multidão de letrados que, sob elevados pretextos de ciência e cultura, mas livrescas, e de justiça penal e social, mas sofismada, constituem o alfobre onde acama e se alimenta a funesta doença político-social do socialismo/ comunismo.
Escandalizem-se pois, os cosmopolitas liberais por me verem nacionalista, maldigam-me os nacionalistas sociais por me verem liberal, desprezem-me os elevadíssimos monárquicos por, lá de cima, não me chegarem a ver. Afinal, Portugal é um país de santos e doutores; ora, os santos não se sujam e os doutores têm sempre razão.

(A imagem do burocrata totalitário foi retirada do site venezuelano anti-Chavez, www.elgusanodeluz.com
A foto de baixo foi retirada do site do bloco de esquerda - a juventude gosta do BE, o futuro da utopia está garantido.
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